21 de novembro de 2013

Acordo: tropas americanas ficam no Afeganistão até 2024

Afeganistão: tropas dos EUA ficam até 2024, prevê acordo
Pacto bilateral sobre permanência das forças americanas após fim da missão da Otan determina que soldados americanos não estarão sujeitos à Justiça afegã
Soldados americanos e afegãos durante operação na província de Paktika, no Afeganistão
Soldados americanos e afegãos durante operação na província de Paktika, no Afeganistão (Goran Tomasevic/Reuters)
O secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou nesta quarta-feira que os Estados Unidos chegaram a um acordo com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, sobre a redação e os termos do convênio de segurança que marcará a relação bilateral dos dois países após o fim da missão da Otan, a aliança militar ocidental, em 2014. O pacto autoriza forças americanas a ficarem no Afeganistão até 2024 e determina que elas estarão sujeitas à Justiça dos EUA, e não às cortes locais.
Pelo acordo, as tropas não terão papel de combate, mas manterão um contingente de milhares de militares, entre 8 000 e 15 000 homens, que utilizarão bases afegãs e poderão, em casos muito excepcionais, entrar em imóveis em busca de suspeitos de terrorismo. Em troca da imunidade judicial para os soldados, o governo americano se compromete a manter a ajuda financeira a Cabul, na casa dos 9 bilhões de dólares em 2013, mas com cortes previstos para os próximos anos.
"É um prazer poder dizer que após uma série de conversas com o presidente Karzai ao longo desta manhã chegamos a um acordo sobre a linguagem final de nossa relação bilateral que será apresentado à Loya Jirga (Grande Assembleia afegã) amanhã", anunciou Kerry nesta quarta em entrevista coletiva.
Acompanhado do secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, Kerry negou que o acordo inclua uma carta de desculpas assinada pelo presidente americano, Barack Obama, pelos erros da Guerra no Afeganistão. "Não sei de onde saiu essa ideia. Karzai não pediu desculpa alguma e não se discutiu algo parecido com uma desculpa", se irritou o secretário de Estado depois dos rumores na imprensa, alimentados por funcionários de Cabul, sobre essa possibilidade.
Kerry esclareceu que, após o fim da missão da Otan no Afeganistão, os Estados Unidos só se encarregarão de treinar, equipar e assistir as forças de segurança afegãs.
O chamado Acordo Bilateral de Segurança deverá receber o sinal verde da Loya Jirga, conselho com mais de 2 500 representantes tribais do Afeganistão, que começará a se reunir amanhã em Cabul. O pacto também precisa ser aprovado pelo Parlamento afegão antes de entrar em vigor.
(Com agências EFE e France-Presse)
Veja/montedo.com

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