6 de julho de 2012

Quantos comandantes abririam mão da caneca de café?

Atualização de 7/7:
Leiam, lá em cima, a postagem:Para cima de mim não, violão!
Leiam a notícia. Comento lá embaixo.


Victory Business recebe oficiais da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) em JDF

Gio Ahmad
A Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), localizada no Rio de Janeiro (RJ), realiza desde o último dia 30 até o dia 6 de julho, um exercício no terreno na região de Juiz de Fora (MG).
A atividade tem por objetivo coroar o 1º semestre do ano letivo dos 130 oficiais superiores, entre tenentes-coronéis e majores, que realizam o 1º ano dos Cursos de Altos Estudos Militares naquele Estabelecimento de Ensino do Exército Brasileiro.
Também participam da atividade 12 oficiais estrangeiros, sendo 1 deles instrutor. Dentre eles há 1 da Argentina, 1 do Chile, 1 do Uruguai, 1 do Peru, 1 do Equador, 1 do Paraguai, 1 da Guatemala, 2 dos Estados Unidos, 1 da Alemanha, 1 da Coréia do Sul, e 1 do Paquistão.
O exercício compreende uma operação de cunho defensivo, no qual os alunos, após estudarem uma situação geral fictícia e planejarem em suas cartas topográficas (mapas) da Zona da Mata mineira, ainda na cidade do Rio de Janeiro, deslocam-se para Juiz de Fora a fim de verificar a correção de seus planejamentos e buscar ensinamentos à luz de uma atividade no campo.
Paralelamente à atividade, acontecem o Curso de Extensão de Correspondente de Assuntos Militares (CECAM) e o mini curso de Direito Internacional Humanitário, ambos para universitários da região.
Estabelecimento de Ensino de mais alto nível da Força Terrestre, a ECEME foi criada em 2 de outubro de 1905 e está localizada na Praia Vermelha, no bairro da Urca, recanto histórico e turístico da cidade do Rio de Janeiro, contíguo ao Pão-de-Açúcar. A Escola destina-se a formar oficiais de estado-maior, futuros chefes e assessores dos mais altos escalões do Exército Brasileiro e seu atual comandante é o General-de-Brigada Sergio José Pereira.
Ainda no mês de maio deste ano uma comissão formada por oficiais visitou Juiz de Fora avaliando vários hotéis e após rigorosa inspeção optaram pelas instalações do Victory Business Hotel para ser a base logística do grupo na cidade. A decisão pelo Victory Hotel baseou-se em critérios técnicos e pela tradição do hotel em receber altas autoridades, como a presidência da república durante passagens pela cidade.
Apenas por curiosidade, o exercício em questão já foi realizado nas cidades de Ponta Grossa-PR (2000), Goiânia-GO (2001 e 2003), Vila Velha-ES (2002) e Uberlândia-MG (2004, 2005, 2007 e 2009).
Serviço: www.eceme.ensino.eb.br
Marketing VBH/montedo.com


Imagens do hotel
Victory Suites - Juiz de Fora Hotéis































SUÍTE LUXO
 
Unidade habitacional com 2 ou 3 camas solteiro ou 1 casal tamanho Queen, TV, fechadura eletrônica, cofre, piso de madeira, banheiro privativo com secador de cabelo, ar condicionado central, frigobar, TV por assinatura (40 canais), armário, maleiro e bancada de trabalho.


Unidade habitacional com aproximadamente 11m², 1 cama de solteiro, televisão 14”, fechadura eletrônica, piso de madeira, banheiro privativo, ar condicionado central, frigobar, TV por assinatura (40 canais) e maleiro.

TARIFAS
AcomodaçãoSimplesDuploTriplo
Luxo JúniorR$ 139,00--
LuxoR$ 190,00R$ 230,00R$ 290,00
PremiumR$ 250,00R$ 310,00R$ 410,00
ExecutivaR$ 340,00R$ 430,00R$ 570,00



Comento:
Essa notícia é um indicativo claro de realidades -muito- distintas existentes hoje no seio das Forças Armadas. As imagens do hotel - luxuoso para padrões espartanos como devem (deveriam?) ser os dos militares - contrastam brutalmente com esta:
Trata-se do 'alojamento' de uma tropa do Exército que atuou em Salvador durante a greve da PM baiana. em fevereiro último.
- Ah, Montedo, pára de fazer demagogia! São situações totalmente distintas - poderá exclamar o leitor desatento. De fato, são. Uma refere-se ao curso mais importante do Exército e outra a uma missão real e emergencial, que envolveu milhares de militares.
Mas alguns questionamentos são inevitáveis:
- Numa guarnição grande como a de Juiz de Fora não existe um aquartelamento adequado para receber uma turma da ECEME?
- Será que o comando do Exército não percebe o quanto de revolta surda esse tipo de situação gera na tropa - mal paga, muitas vezes mal alimentada, convivendo com recursos escassos e material deteriorado?
- Como esperar de futuros comandantes e oficiais generais que eles entendam o mundo em que vivem seus subordinados - que, em última análise, são o Exército - se, ao invés da realidade, lhes é proporcionado um mundo de faz-de-conta?
Certa vez, Caxias, durante a campanha do Paraguai, abriu mão de uma rara caneca de café quente que -quase por milagre- seu ordenança conseguiu e ordenou que o auxiliar a levasse ao sentinela que estava na hora, no frio e na chuva. São atitudes assim que forjam um Líder, com L maiúsculo.
O que o Patrono pensaria do Exército de hoje? 
Pergunta final: quantos comandantes estariam dispostos a abrir mão da caneca de café?

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