7 de janeiro de 2018

Exército e Marinha tiveram mais de 100 armas roubadas ou furtadas em 7 anos; RJ lidera casos

Só no estado do RJ, foram 23 armas desde 2010. Ao todo, 114 armas foram furtadas ou roubas no país; 67 foram recuperadas.
GloboNews
Um levantamento obtido com exclusividade pela GloboNews mostra que, de 2010 até o ano passado, o Exército e a Marinha do Brasil tiveram 114 armas roubadas ou furtadas em todo o país. Dessas, 67 chegaram a ser recuperadas nesses sete anos, mas outras 40 (número equivalente a 35% do total) ainda não foram localizadas.
O número mostra que, em média,16 armas são desviadas por ano. O Rio de Janeiro é o estado com o maior o número de ocorrências: 23 no total. Em seguida, vem os estados da Bahia, com 22; Amazonas, com 15; e Rio Grande do Sul, com 13.
Entre o armamento desviado, estão pistolas, revólveres, metralhadoras e até fuzis. Só em 2017, foram roubadas ou furtadas 10 armas, sendo sete do Exército e outras três da Marinha.
Os dados foram obtidos pela GloboNews via Lei de Acesso à Informação. Das três Forças Armadas, a Aeronáutica foi a única que não disponibilizou os dados. Classificou o pedido via lei de acesso à informação como "desproporcional ou desarrazoado" e disse que os dados não se encontram compilados de forma centralizada, exigindo trabalhos adicionais de análise e de consolidação.

Das duas Forças Armadas, o Exército teve o maior arsenal desviado, com 87 armas roubadas ou furtadas de 2010 a 2017. Dessas, 67 armas foram recuperadas (77% do total). Já a Marinha, nesse mesmo período, teve 27 armas desviadas e só recuperou sete delas (26% do total).
Em nota, a Marinha do Brasil alegou que, das 27 armas extraviadas entre 2010 e 2017, apenas três teriam sido roubadas ou furtadas. As outras 24 teriam sido extraviadas por perda, em sua maioria, durante uso em operações. A Marinha ainda esclarece que sete dessas armas foram recuperadas por mergulhadores das Forças Armadas. "Todas essas ocorrências (extravios) foram objeto de abertura de investigação, sendo os casos que resultaram em inquéritos, enviados para as circunscrições pertinentes da Justiça Militar.
O Exército destacou que das 87 armas furtadas ou roubadas, 77% foram recuperadas. "Pelo alto índice de recuperação nota-se o empenho realizado pelo Exército Brasileiro para recuperar e esclarecer fatos dessa natureza. Cabe destacar que o Exército controla rigidamente o material sob sua responsabilidade por meio de registros, frequentemente atualizados, conferências diárias do armamento — ato obrigatório antes da liberação do pessoal ao final do expediente em seus quartéis —, restrição de acesso a depósitos e rigorosa apuração quando da verificação de faltas, entre outras medidas", diz a nota.

Em 3 anos, governo federal gastou R$ 75 milhões com Forças no RJ
O Rio de Janeiro foi a unidade da federação que mais teve recursos relativos ao envio das Forças Armadas para auxílio na segurança pública entre 2015 a 2017. Foram R$ 75 milhões, 30% do valor total gasto em todo o Brasil durante o período, que foi de R$ 252 milhões. Os dados foram conseguidos com exclusividade pela GloboNews. Em cada R$ 10 usados no envio de tropas, R$ 3 foram usados só no Rio de Janeiro neste período.
Só no ano passado, o RJ teve reforço em fevereiro, durante o movimento de esposas de PMs que bloqueavam a saída de batalhões, e a partir de julho, em várias operações integradas com as forças estaduais de segurança.
Em 2015, foram gastos cerca R$ 6,2 milhões em todo o país. Em 2016, foram mais de R$ 69 milhões, com três intervenções militares em diferentes estados. Em 2017, foram R$ 177 milhões gastos em seis intervenções, totalizando 252 milhões nos três anos.

Comparação com outros estados
De 2015 a 2017, foram gastos R$ 50 milhões em operações em presídios em todo o território nacional. As eleições municipais de 2016 demandaram R$ 42 milhões em todo o país.
Os R$ 75 milhões gastos no Estado do Rio de Janeiro se destacam em comparação com outras unidades da federação. Foram R$ 38 milhões gastos no Espírito Santos e outros R$ 21 milhões usados no Rio Grande do Norte no mesmo período.
G1/montedo.com

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