12 de novembro de 2017

Forças Especiais: policiais civis afirmam que somente homens do Exército atiraram durante operação em São Gonçalo


Armas apreendidas pela polícia em tiroteio durante baile funk
Armas apreendidas pela polícia em tiroteio durante baile funk (Foto: Divulgação / PCERJ)
Rafael Soares
Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) afirmaram, em depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que não fizeram disparos durante operação que terminou com sete mortos, na madrugada deste sábado, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Segundo o relato de três policiais civis que participaram da operação, houve tiroteio entre traficantes armados e homens das Forças Especiais do Exército. Na ocasião, havia um baile funk na favela. Entretanto, os corpos das vítimas foram encontradas a cerca de 3km do local onde acontecia o baile.
De acordo com o delegado Marcos Amin, da DHNSG, os depoimentos dos agentes foram tomados ao longo da tarde do último sábado. A perícia do local do crime, segundo Amin, aconteceu durante a madrugada, logo após os homicídios. Ao todo, 15 agentes da Core participaram da operação. Ao longo da semana, todos os agentes serão ouvidos na especializada. O número de militares que esteve no local ainda não foi passado à DH.
— Os agentes da Core alegam que sequer fizeram disparos. Pelo que está sendo apurado, foram os militares que participaram do confronto — afirmou o delegado.
Os militares, entretanto, não serão ouvidos na DH. Por conta da lei que transfere para a Justiça Militar o julgamento de crimes contra a vida cometidos por profissionais das Forças Armadas em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), sancionada pelo presidente Michel Temer no mês passado, as Forças Armadas serão responsáveis pela investigação dos militares. Até o fechamento desta reportagem, o EXTRA não havia conseguido contato com o Comando Militar do Leste (CML).
Para o delegado Marcos Amin, a impossibilidade de ouvir os militares na delegacia prejudica a investigação.
— Eu preciso de todas as partes envolvidas para montar o cenário da investigação. Quando não tenho uma das peças, isso dificulta bastante a reconstituição do que aconteceu — alega Amin.
De acordo com nota conjunta da Polícia Civil e do Comando Militar do Leste (CML), a operação conjunta teve a participação de um blindado da Core e outros dois do Exército. Ainda segundo o texto, houve “resistência armada” por parte de traficantes no local. Foram apreendidos durante a operação um fuzil, sete pistolas, cinco carregadores, munições, rádios transmissores, drogas e celulares.
Todas as vítimas foram identificadas pela Polícia Civil. O EXTRA localizou a família de cinco delas. Parentes de Victor Hugo Castro Carvalho, 28 anos, Marcelo da Silva Vaz, 31 anos, Bruno Coelho, 26 anos, e Lorran de Oliveira Gomes, 18 anos, negam o envolvimento deles com o tráfico de drogas.
EXTRA/montedo.com

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