8 de agosto de 2015

A irrelevância política dos militares

Sérgio Praça
O PT foi à televisão defender-se da crise política e econômica. No programa partidário, petistas afirmaram que o governo Dilma cortou R$ 106 bilhões em impostos para preservar o Brasil da crise europeia. É consenso hoje, dentro do próprio governo, que os cortes de impostos não tiveram o efeito positivo esperado. Ao contrário. Este é apenas mais um exemplo do abismo crescente entre partido e governo.
Michel Temer (PMDB), o vice-presidente, começou, de acordo com os jornais de hoje, a conversar com senadores da oposição com tom ambíguo. “É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos”, disse ele. Segundo a jornalista Monica Bergamo , Temer e o senador José Serra (PSDB) atuam em “dobradinha política”, articulando não se sabe bem o que.
Talvez esta seja, sim, a maior crise política desde 1985. Nunca houve um presidente com popularidade tão baixa, nem mesmo Fernando Collor.
Pode ser estranhíssimo, para algumas pessoas, que os militares estejam silenciosos. “Ah, mas conheço um soldado que está panelando, um general que diz que o golpe está próximo” etc etc. Ok, podem ser manifestações individuais. Mas os militares, coletivamente, não têm relevância política alguma.
O culpado por isso foi Castelo Branco, o primeiro ditador do período 1964-1985. Instituiu a aposentadoria compulsória dos militares, decretando que os generais devem renovar pelo menos 25% de seu quadro a cada ano. Caso isso não aconteça naturalmente, os mais velhos passam à reserva. Nenhum oficial pode ser general por mais de doze anos.
Assim não sobra tempo nem energia para militares participarem da política. Esse é apenas um dos motivos, é claro, pelo qual os militares são irrelevantes hoje. A ditadura de 1964 a 1985 resultou em grave crise econômica e suprimiu direitos e liberdades, para citar apenas dois de seus problemas.
Política com Ciência (Veja)/montedo.com

Arquivo do blog

Compartilhar no WhatsApp
Real Time Web Analytics