23 de abril de 2014

Exército não tem data para deixar a Bahia

Homens do exército não têm data para deixar Salvador e interior da BA
Patrulha continua até que a cidade esteja considerada segura e com toda a Polícia Militar em plena normalidade
Homem observa passagem de soldados, na orla; presença do Exército não tem prazo para acabar 
(Foto: Marina Silva)
Amanda Palma (amanda.palma@redebahia.com.br)
Os mais de 7 mil homens do Exército que fazem patrulhas nas ruas de Salvador e no interior do estado ainda não têm data definida para ir embora. Segundo o oficial de comunicação social do Exército, tenente-coronel Costa Neto, o fim da Operação Bahia 2 – como é chamado o esquema de patrulhamento – depende de um comunicado do governador Jaques Wagner à presidente Dilma Rousseff.
“Só acaba por determinação da presidente. A operação vai até que se estabeleçam as condições de normalidade e quem pode dizer isso é o governador”, explica o coronel.
A previsão inicial era de que as tropas fossem embora no fim do feriado, mas, por meio de sua assessoria, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que ainda não há previsão de quando o governo vai pedir o fim da operação. Sem o clima de normalidade, o Exército permanece nas ruas junto com a Polícia Militar. Apesar disso, o índice de violência continua alto.
As primeiras tropas de São Paulo começaram a chegar a Salvador às 5h do dia 16, horas depois de ter sido decretada a greve da Polícia Militar. Depois, vieram patrulhas de Alagoas e Pernambuco, que se juntaram aos 6 mil do 6º Comando da Região Militar (Bahia e Sergipe). E, de lá para cá, a rotina dos militares é intensa.
São 24 horas de patrulhamento, com descanso de quatro horas para cada militar. A escala de trabalho é definida em cada quartel.
“Ele roda quatro horas, descansa quatro horas ou o tempo necessário para se recuperar. A gente conta que, dos três quartos de horas, dois ele patrulha e um descansa. Realmente, trabalha mais do que descansa, mas a situação exige que a gente tenha uma sobrecarga maior mesmo”, diz o coronel. Os horários não são fixos e, por isso, muitos atuam durante a madrugada.
“O pessoal está sustentando bem essa missão. Quem é de fora [do estado] sente que está afastado da família, mas o militar está preparado para esse tipo de atividade. Todos são muito experientes nesse tipo de missão”, completa Costa Neto.
Em Salvador, os militares estão alojados em três quartéis: 19º Batalhão de Caçadores, no Cabula, Parque Regional de Manutenção, no Mont Serrat, e na 4ª Companhia de Guarda, na Avenida Paralela. “As três unidades permitem a descentralização das nossas tropas, para que elas possam atuar próximas. Assim, não perde tempo, caso precise reforçar alguma ação”, explica o coronel.
Os militares atuam com patrulhamento ostensivo, abordagem de suspeitos, prisões em flagrante e também para impedir desobstrução de vias públicas. De acordo com o coronel Costa Neto, o Exército já interviu em alguns momentos, como uma tentativa de saque em um supermercado no bairro de Brotas, quando duas pessoas foram presas, e na orla de Piatã, quando um indivíduo foi detido durante uma tentativa de assalto.
Apesar de atuarem com fuzis e pistolas, nenhum disparo foi efetuado durante esses dias, segundo a assessoria do Exército. Além do armamento pesado, armas não-letais, como spray de pimenta e granada de som, estão a postos para qualquer eventualidade.
Com a cidade cheia de turistas, por conta do feriado, as patrulhas se concentram em pontos estratégicos da cidade, como Rodoviária, Pelourinho, Elevador Lacerda, Iguatemi e Barra. Nos pontos turísticos, os militares garantem a segurança de quem se diverte. Mas, para eles, o turismo é diferente.
“Para quem não conhece a cidade, é uma oportunidade de ficar perto do mar, mas tanto faz trabalhar no Centro ou perto da praia, o importante é garantir a ordem”, conta um militar que veio de São Paulo. “É uma rotina intensa. No começo foi complicado porque estava tendo arrastão, assalto, mas agora que a polícia voltou às ruas, as coisas estão mais tranquilas”, completa.
Mesmo jovens – eles têm entre 20 e 30 anos –, os militares são orientados a tratar com seriedade e cordialidade a população. “A gente orienta bem para que tratem com respeito todo cidadão, mas mantendo a postura dele de policial e segurança. A gente percebe uma receptividade muito boa, dá uma sensação de segurança. A gente vem com essa finalidade”, diz o coronel. E a cordialidade encantou a vendedora Elisângela Reis. “Eles são muito educados e deixam o visual daqui mais bonito também, né?”, brinca.
Correio24horas/montedo.com

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