29 de março de 2014

Atividade financeira ilegal e lavagem de dinheiro: MPF denuncia quadrilha chefiada por suboficial da FAB em MG.

MPF-MG denuncia empresários por fraude de R$ 55 milhões
Casa do pastor Carlos Henrique Vieira, Suboficial da FAB, durante a ação da PF, em 2012
(Imagem: DPF/MG)
O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais denunciou empresários ligados ao grupo Filadélphia pelos crimes de organização criminosa, operação ilegal de instituição financeira e lavagem de dinheiro. Carlos Henrique Vieira, Daniel Luiz Vieira, Juliano Vieira da Silva, e também o diretor Marcos Rogério Lima Amaro são suspeitos de causar prejuízo de cerca de R$ 55 milhões a investidores.
Segundo o MPF, os crimes do grupo foram descobertos na Operação Gizé, em 2012. A organização atuava por meio do grupo Filadélphia, que era encabeçado pela Filadélphia Empréstimos Consignados, comandada por Carlos Henrique Vieira. Com sede na cidade de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, a empresa atuou em todas as regiões do País, menos nos Estados de Sergipe, Acre, Paraíba e Amapá.
Carlos Henrique era proprietário de outras nove empresas, inclusive uma igreja, a Evangélica Pentecostal do Evangelho Pleno. Segundo a denúncia, entre 2008 e 2012 os acusados operaram clandestinamente a Filadélphia Consignados, com a qual captavam, intermediavam e aplicavam recursos financeiros de terceiros, além de administrar seguros, sem autorização dos órgãos competentes.
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O Ministério Público afirma que os chamados “Contratos de Mútuo” visavam captar recursos de terceiros para financiar adiantamentos a serem feitos em operações de recompra de dívidas, ou seja, captação de depósitos à vista e quitação antecipada de operações de crédito, atividades que são privativas de instituições bancárias autorizadas pelo Banco Central.
Além disso, segundo a denúncia, o grupo Filadélphia, “por meio de seus administradores, operou verdadeiro esquema de pirâmide financeira, em prejuízo de seus clientes e do sistema financeiro nacional. Todos os administradores, ora denunciados, tinham plena consciência de que a empresa não tinha condições de atender às demandas de seus clientes”.
Daniel Luiz Veira também foi denunciado por corrupção ativa. De acordo com a promotoria, pelo menos em duas oportunidades, em setembro de 2011, ele teria prometido vantagem indevida a funcionários públicos do quartel da Aeronáutica em Lagoa Santa (MG) para obter, irregularmente, contracheques de militares da corporação. Os militares envolvidos serão investigados pelo Ministério Público Militar (MPM).
O MPF afirma também que diversos militares da Aeronáutica eram agentes da Filadélphia e captavam clientes para os produtos da empresa em troca de comissões. Há ainda indícios de que a segurança privada de Carlos Henrique Vieira e da Filadélphia era feita por militares.
Dois ex-gerentes da Caixa Econômica Federal em Lagoa Santa, Renato Thomaz de Aquino e Victor Alexandre Oliveira Agostini, também foram denunciados, mas não por conta de fatos relacionados ao grupo Filadélphia. Eles são acusados de estelionato contra o banco pois teriam obtido um empréstimo por meios fraudulentos - inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da CEF e falsificação de documento particular. Os dois ex-gerentes continuam sendo investigados por suas ligações com o grupo Filadélphia.
TERRA/montedo.com

Vídeo de fevereiro de 2012, quando foi deflagrada a 'Operação Gizé"

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