28 de novembro de 2012

O comentário de Gélio Fregapani: acordo militar com os Estados Unidos

Acordo militar com os Estados Unidos

Os EUA estão propondo um novo acordo militar ao Brasil, semelhante ao estabelecido após a II Guerra Mundial. Seria natural que os EUA e o Brasil, como duas das maiores nações das Américas compartilhassem de um acordo na área de segurança. Até mesmo, havendo alguma ameaça comum, de uma aliança defensiva e ofensiva. Isto já houve anteriormente, até certo ponto com bons resultados durante a Guerra Fria, porém antes de qualquer acordo convém verificar o que se pretende ganhar com isto e se o preço a pagar será compensador. Deve-se examinar os objetivos do parceiro, a necessidade dele em fazer esse acordo e o que ele estará disposto a “pagar” para o conseguir.
O acordo na II Guerra, o certamente não foi exatamente do nosso interesse. A Alemanha e a Itália não eram nossos inimigos e eram parceiros comerciais confiáveis. Na verdade fomos coagidos a auxiliar a política dos EUA. Justificou-se aceitá-lo porque não teríamos condições de garantir a nossa neutralidade. Sabíamos que sofreríamos uma invasão americana no Nordeste, cujas consequencias nem podemos avaliar.
Já durante a Guerra Fria o acordo era mais honesto, pois também nos sentíamos ameaçados, mas a medida que a ameaça começava a diminuir observávamos que a posição de Junior Partner só beneficiava a potência hegemônica. O que então julgávamos grande vantagem: o recebimento de material bélico americano, não só inibia o desenvolvimento da nossa tecnologia própria como nos mantinha atrelados a política deles. O acordo militar foi denunciado por Geisel devido às pressões contra o nosso Programa Nuclear, e orgulhosamente vimos que podíamos desenvolver material bélico por nossa conta. Desenvolvemos mísseis e carros de combate e por um período o que desenvolvemos chegou a ser o carro chefe das exportações. A nossa então vitoriosa indústria bélica foi destruída pela traição de Collor e seus sucess ores, a comando do Consenso de Washington
Hoje a situação mundial é algo diversa. Diante de uma certa debilitação financeira e militar, os EUA buscam parcerias que ajudem a manter a sua hegemonia. Parcerias contra que ameaça? Do avanço econômico chinês? Do terrorismo islâmico? – Ambas necessitam de estudo mais profundo, mas nenhuma delas parece mais urgente para nós do que a ameaça de desagregação da unidade nacional pelo incentivo às “nações étnicas”, provocado pelas ONGs dos Estados Unidos e de seus aliados. Portanto, a primeira condição para um possível acordo deveria ser a imediata retirada das ONGs deles e o levantamento das pressões contra o nosso desenvolvimento, especialmente na área nuclear. Entretanto, é difícil que isto possa acontecer, pois o nosso Brasil e ao EUA são, por obra da geografia, muito mais competidores do que complementares.
Mais lógico seria que aceitássemos uma parceria de países sul-americanos contra uma intromissão dos EUA. Isto o ex-presidente Lula já andou esboçando, mais por seu viés esquerdista do que pelo interesse da Pátria, com pífios resultados. Seria irrelevante o auxílio que vizinhos poderiam nos prestar, e em contrapartida nos atrelaria ás disputas deles com os EUA, normalmente de fundo ideológico, que não nos diz respeito.
Antes só do que mal acompanhado.
montedo.com

Arquivo do blog

Compartilhar no WhatsApp
Real Time Web Analytics