2 de junho de 2012

Furto de cavalos do Exército revela falta de segurança do Campo de Gericinó

Furto de "cavalo militar" revela falta de segurança e descaso em unidade do Exército
Muro e portão estão destruídos; local virou depósito de lixo e entulho

Marcelo Bastos
Além do muro, um portão também está destruído nos fundos da Fazenda Gericinó, no bairro de Deodoro. Segundo moradores, o terreno é usado para consumo de drogas e muitas crianças entram para soltar pipas. Os animais circulam livremente - Jadson Marques/R7
Área militar. Proibida entrada. Perigo de vida. Os avisos escritos em um muro de uma unidade do Exército, onde fica a Fazenda Gericinó, de onde quatro cavalos foram supostamente furtados, contrastam com a insegurança e o descaso flagrados pela reportagem do R7 na tarde da última sexta-feira (1º). Moradores dizem que o terreno já foi usado para crimes e uso de drogas.
Nos fundos do terreno, na rua Tenente Serafim, em Deodoro, é possível encontrar um muro destruído, um portão aberto e nenhum militar tomando conta do local. Já na parte de Gericinó, a equipe de reportagem encontrou um muro parcialmente destruído, onde foi colocado arame de forma improvisada para impedir a entrada de estranhos.
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Moradores do conjunto habitacional Promorar 2, que vivem em frente ao terreno, dizem que o muro e o portão estão destruídos há cinco anos e que o local passou a ser usado como depósito de lixo e entulho. Uma moradora que pediu para não ser identificada diz que é comum ver os animais próximos ao muro.
- Os animais estão sempre por aqui. Se uma pessoa quiser entrar e roubar, vai conseguir. Ainda mais à noite. Não tem ninguém aqui para tomar conta. Alguns vizinhos já procuraram os oficiais responsáveis para que o muro seja reconstruído, mas nada é feito. Muitas pessoas entram na área militar para usar drogas. Já mataram até gente nesse local.
Em outro trecho do muro que cerca a Fazenda Gericinó, onde fica o IBEX (Instituto de Biologia do Exército), o muro destruído foi substituído por uma cerca de arame improvisada - Jadson Marques/R7
Os moradores dizem que o local também é usado para treinamento de tiros e que, mesmo assim, é comum as crianças entrarem na área para soltar pipas.
- Às vezes, durante o treinamento, treme tudo aqui em casa por causa das explosões. Eu não deixo meus filhos entrarem lá, porque é perigoso, mas muitas entram e pegam restos de munição.
Além da fragilidade do local onde funciona o Ibex (Instituto de Biologia do Exército), a cerca de 500 m do local onde o muro está destruído, há uma passagem que dá acesso à linha férrea. Os criminosos e os animais podem ter passado por ali para seguir até a estação do Engenho Novo, onde um dos cavalos sofreu um acidente e foi resgatado por bombeiros. Dois ainda eram procurados até a tarde de sexta passada.
A reportagem procurou o Comando Militar do Leste para comentar o caso, por telefone e e-mail, mas não obteve resposta até o fim da tarde de sexta. O Ibex instaurou um inquérito policial militar para apurar o caso.
Assista ao vídeo:
R7/montedo.com

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