5 de março de 2012

Esboça-se uma Crise Militar

Gelio Fregapani

A existência de um Ministério da Defesa, em si, é uma medida acertada, mas sua criação, por ordem do Consenso de Washington foi sempre uma fonte de risco institucional, porque os militares nunca aceitaram a autoridade de Ministro civil. Era o que se dizia...
Não é verdade que os militares recusem um comando civil; nunca se ouviu uma restrição ao Dr. Pandiá Calogeras. O problema são os ministros designados, claramente escolhidos para humilhar a força e destruir sua estrutura. Sob a presidência do FHC as Forças Armadas estiveram em seu pior momento; sem munição e sem comida. Nesta situação foi imposto um Ministro suspeito de ser ligado ao crime organizado. Foi como uma bofetada o sermos comandados por um político fracassado e de história controvertida, a gestão de Álvares foi a pior possível. Incompetente, contestado todo o tempo, caiu envolvido em corrupção.
Os sucessores em geral foram da mesma cepa podre. O Advogado, Geraldo Quintão foi outra escolha controvertida colocada para desmoralizar os militares Ficou no Ministério até o final do governo Fernando Henrique, mas ao custo de ser uma figura ignorada.
Lula nomeou José Viegas, um diplomata. Foi uma nomeação consentida, mas perdeu o apoio ao querer revolver o passado, ameaçando os que apenas tinham cumprido seu dever no Araguaia Desatendido pela tropa, pediu demissão. Foi substituído pelo Vice-Presidente, José Alencar, que conseguiu aplacar os ânimos. Quando Alencar pediu para sair, Lula escolheu para seu lugar o inútil Waldir Pires, que durou pouco no Ministério. Jamais foi assimilado quer por seu passado quer por sua inutilidade. Foi derrubado pela queda do Airbus A-320, da TAM. Assumiu, então, o arrogante Nelson Jobim, que recebido com desconfiança, aos poucos foi conseguindo alguma liderança, por adotar o ponto de vista dos militares. Continuou Ministro no início do governo Dilma e caiu por declarações políticas que irritaram a Presidente. Certamente uma jogada política.
Dilma nomeou o ex-chanceler Celso Amorim, também recebido com desconfiança. Na atual crise do Manifesto publicado pelos Clubes Militares, negociou uma solução branda, mas esta não é uma crise simples como parece. O Manifesto, retirado dos sites dos clubes já está subscrito por centenas de oficiais e praças e continua recebendo adesões.
Tudo isso aconteceu porque uma Ministra, Maria do Rosário, resolveu fazer uma exortação contra a letra da lei e contra a decisão do Supremo, mexendo com o “universo sagrado” da Instituição Militar – o cumprimento do dever. Terão, o Ministro e a Presidente, o bom senso de conduzir o assunto com sabedoria? (...)
Há no momento uma sucessão de eventos perigosos; as declarações da Ministra dos Direitos Humanos visa claramente a vingança, a humilhar as Forças Amadas. Será que ela não percebe que haveria reação? O que realmente ela quer? Uma crise institucional, no momento em que o mundo está em clima de pré guerra? Não basta o exemplo da Argentina, que destruiu suas Forças Armadas e agora fica a mercê de qualquer país ambicioso? (...)
Não se espezinha um Exército brioso, e um Exército sem brio não serve para nada, mas o brio, aceitando provocações de agentes maquiavélicos (ou de partidários inconsequentes como talvez seja o caso da Ministra) podem levar a decisões erradas e a atingir o que não se pretende. O brio e a bravura são essenciais a qualquer Exército. O soldado tem que ser bravo e brioso, e pode até ser inconsequente, mas o comandante tem que acertar. Não pode e não deve se lançar como um touro quando lhe acenam um pano vermelho. Tem que saber o que quer alcançar e a discernir qual o verdadeiro alvo, e o que possa ser apenas uma armadilha.
Bom também que a Presidente se dê conta que a Nação precisa de Forças Armadas ao contrário de Lula, que teve a desfaçatez de declarar que sempre embromou os milicos com sua disciplina, e quando lhes dava migalhas ainda ficavam agradecidos. Ainda por cima foi o criador da tal “Comissão da Verdade”.
Muitos de nós esperamos uma mudança com a Presidente Dilma. Evitemos estragar a esperança agindo intempestivamente.
Que Deus guarde a todos vocês.
Alerta Total/montedo.com

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